domingo, 28 de fevereiro de 2010
Roterdã e seu ''Errasmo''
Erasmo, até então, viajante nômade, refugia-se na Basileia (Suíça) em um local totalmente neutro e desprovido de cobranças ou falsos elogios. Nos Alpes, inicia os seus esforços empenhado em ajudar o rei Carlos III da Espanha, através de textos, ou sermões. Em um desses textos, confecciona uma obra notória até nos dias de hoje: Elogio da Loucura. Dedicando-o a um amigo, sem querer, tornou-se um grande catalisador para a Reforma Protestante.
Na obra, o espírito satírico do início cede lugar ao sombrio, em orações. A loucura dessa mudança é a apreciação da característica depreciativa, logo seguida pelo uso da sátira à Igreja Católica Romana e seus abusos supersticiosos quanto a riqueza. Por fim, Erasmo deixa um depoimento ensaista de despedida, o qual relata suas experiências monásticas.
Há de se mencionar também a contribuição de Erasmo de Roterdã na retórica e alusão à luxúria uma vez que elogia às coisas sem valor (adoxografia). Corrobora para a oratória e além de ser um grande intelectual, Erasmo de Roterdã é um tópico que merece mais atenção, mesmo sendo, talvez, hesitante em suas escolhas.
De 1900 a 2010, perdura Keynes!
Keynes não representou somente um grande pensador, porém um grande visionista, formador da macroeconomia, fora também um teorista e representou uma excelente referência no que toca a economia durante a Segunda Guerra Mundial. O seu fundamento mais importante e utilizado já retirou muitas potências de crises inviáveis (Estados Unidos da América, Inglaterra) - gastar em investimentos uma quantia cujo governo não possui, a fim de inchar a economia e recuperar a balança comercial favorável. Apenas, considerando que o investimento seja produto da interação entre eficiência e juros.
Sobretudo, John Keynes ressaltava a intervenção do Estado, contrariando Smith, pois esta intromissão seria útil para minimizar os efeitos contrários de ciclos má sucedidos, inflações e recessões como a vivida até o segundo semestre de 2009, tudo isso superado pela medida fiscal intervencionista uma vez defendida por Keynes; um célebre intelecto que vive através de seus ideiais após a posteridade.
O ''santo'' matrimônio
Aquela união arranjada perdeu a vez, logo tomou partido a união financiada; como diria um romance globalmente visto: o amor se constrói, ou seja, não existe um sentimento formado antes de ter uma casa em um bairro bom, mobília nova, carro do ano e dinheiro no banco. Em certa parte, concordo com o princípio feminino de estrutura formada. Actualmente, é raro aquele relacionamento não-fundado nos padrões internacionais do commonwealth.
Pois bem, o santo matrimônio fora cambiado por um jogo de interesses e de falsa pretensão: leva quem tiver o ego mais alto. As medidas religiosas de ''na riqueza ou na pobreza'' caíram por terra e tudo o que restou foi o dogma histórico-religioso do capitalismo. Já dizia Nelson Rodrigues, exímio dramaturgo nacional, que o dinheiro compra até um amor verdadeiro; infelizmente esse é o retrato atual BÁSICO das relações afetivas. Ratificando novamente que existem romances autênticos, embora escassos, perduram.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Reiterações
A lição retirada desse ínterim de descanso foi puramente baseada em Vassel Symonchev; os prazeres estão, entre si, ligados à carne, ou seja, a massa humana, com seus hormônios e proteínas, tem como produto o desejo mais ímpio, a libido (antes descrita por Freud). Nota-se a disponibilidade de dar e receber afeto nessa época. Caso esse altruísmo fosse cultivado durante todo o ano, creio que ninguém dormiria em praças, albergues e a fome estaria extinta.
Há de se medir também o capital investido em um único sentido, sem retorno. Ou elaborando melhor a frase, dispõe-se o dinheiro, tendo em vista um lucro relativo, dirigindo-o aos mais espertos.
Deixemos esse tópico de lado, pois não é meu intuito refutar a festividade que tanto alegra a população desenvolta brasileira.
Os próximos posts serão mais interessante do que esse, fiquem no gancho.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Parêntese
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Escola notável
Um grupo de filósofos e cientistas sociais e políticos formaram tal corrente de pensamento a qual embasava-se nas teorias marxistas no século XX. Citar apenas alguns feitos inteligíveis dessa corrente seria uma injustiça sem parola, todavia destacam-se dois conceitos que são mais cognocíveis no nosso cotidiano: indústria cultural e cultura de massas. Aquela fundamentada pelos filósofos e sociólogos Theodor Adorno e Max Horkheimer tem por definição a análise da função da cultura e do capitalismo, relatando que a cultura está ligada à conversão da mesma em mercadoria, tal sendo utilizada por parte da classe dominante de modo que a produção cultural e intelectual possa ser conduzida pela possibilidade de consumo mercadológico (monopólio). A cultura de massa igualmente reconhecida pelos mesmos, define-se por toda aquela cultura produzida para os destinatários pertencentes à população em geral, desconsiderando as diferenças étnicas e sociais, veiculada pelos meios de comunicação de massa.
A Escola de Frankfurt fora fortemente tocada pelos ideias marxistas, embora, inicialmente, não adotarem o espírito do marxismo vigente na época e mostrarem o anticomunismo nas dependências acadêmicas, o instituto preenchia a lacuna intelectual socialista das universidades alemãs. Indelével é a postura de análise crítica e solícita a todos os problemas culturais do século XX, sobretudo por não ser uma escola no sentido literal e coexistirem vários interesses dos pensadores que compõe essa corrente, há uma certa dificuldade em inserir e sistematizar o ideal dos denkers.
Infelizmente, com a ascensão do chanceler Adolf Hitler, os pensadores, em sua maioria judeus, refugiaram-se em Genebra, por conseguinte em Paris e finalmente na Universidade de Columbia, em NYC. A medida que as ideias frankfurtianas difundiam-se, os trabalhos representados tornavam-se cada vez mais admiráveis, tendo participações na Psicanálise (Frömm e Marcuse) e na contenção bélica (Marcuse e Löwenthal). Enfim, com a morte de Theodor Adorno, iniciam-se os trabalhos do segundo período da Escola de Frankfurt a qual representada por Jürgen Habermas é composta por análises de Adorno e da Teoria Crítica da Sociedade, tema brevemente abordado nos próximos posts. Assim, encerra-se a história da Escola de Frankfurt com o prosseguimento do segundo período, pouco difundido atualmente, apesar de representar a tradição de um celeiro filosófico muito importante para a formação intelectual da Humanidade.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Primórdios Sociais
'' Der mensch bekommen hatte nicht der möglich wenn, seit langem, versuchen hatte nicht der unmöglich '' ( o homem não teria alcançado o possível, se, por muitas vezes, não tivesse tentado o impossível), Weber deixou um belíssimo legado aos estudiosos da Sociologia alemã e mundial. Como uma de suas obras-primas, A ética protestante e o espírito do capitalismo ainda é aplicada nos âmbitos universitários e nas rodas de conversa. O que Weber esperava como resposta da sociedade era uma conscientização da população da Alemanha sobre suas condições econômicas no início do século XX: conseguiu uma repercussão muito maior, eu diria até ruim, pois impediu que as pesquisas do alemão continuassem a progredir, devido ao aprofundamento na teoria sociológica.
Particularmente, prefiro a obra Política como Vocação a A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo sobretudo por definir o nosso vigente governo o qual tem um líder popular e adaptado às aclimatações de um país sempre classificado como subdesenvolvido industrializado (Brasil). Weber retrata através da ação social a formação de uma sociedade a partir de comunidades interligadas entre si, pregando também a não-burocratização do governo por alegar que tal nos colocaria dentro de uma gaiola, subservientes e expostos a qualquer ação da liderança governamental. Um traço marcante dele presente na obra é a ação coercitiva do Estado na economia, uma vez contrariando toda a postulação de Adam Smith cujo Estado se autorregularia.
Weber também postula que o Estado possui o monopólio do uso da ação coercitiva uma vez que a política deve ser entendida como qualquer atividade em que o Estado tome parte, de que resulte em uma distribuição relativa da força. Além disso, ele se inspira em uma filosofia existencialista (Jèan Paul-Sartè) que nega Durkheim quando afirma que a ciência não ensina o homem como viver ou se organizar em sociedade; e nega também a Marx, dizendo a ciência não pode indicar o futuro da humanidade; prefere acreditar na ciência da conduta humana, uma vez que essa seja uma conduta social.
Assim, Weber encerra sua obra, brilhante e singular, esperando que mais e mais pessoas conheçam seus ideias e compreendam a economia como ele mesmo o fez.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Genialidade
O método geral consiste na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação, cuja definição positiva é afirmada por Comte em sete palavras: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. Este, implica afirmar que as concepções e as ações humanas são modificadas pelo afeto das pessoas, mais do que isso, o pensador realça a subjetividade como traço fundamental no ser humano. A ideia chave do pensamento positivista é baseada em três princípios, ou melhor, Lei dos Três Estados, corroborados nas concepções teológica, metafísica e positiva.
- Teológica: o ser humano explica a realidade buscando apelando para entidades supranaturais (Deuses), buscando o absoluto, ou seja, questões como de onde viemos e para onde vamos, fundadas na religião;
- Metafísica: é um meio-termo entre os extremos teologia e positividade. No lugar dos Deuses, há entidades abstratas para explicar a realidade (éter, o povo). Continua-se procurando às respostas existenciais da teologia;
- Positiva: etapa final e definitiva, procuram-se as respostas com base nas leis naturais de coexistência e nas relações de contínuas sucessões. A imaginação subordina-se à observação e busca-se o relativo;
Segundo Comte, o espírito positivo é maior e mais importante que a mera cientificidade, na medida em que esta abranja apenas questões intelectuais e aquele compreenda, além dos sentimentos, também a inteligência e as ações práticas. O francês preocupou-se com a constituição de um sistema de valores adaptado à civilização industrial que então se iniciava, no século XIX, valorizando o ser humano, a paz e a concórdia universal. O ser humano é ''total'', isto é, uma realidade completa e o seu sistema deve se referir à totalidade humana: afetiva, intelectual, prática ou individual e coletiva.
Criador da religião da humanidade, Augustè contava com o surgimento de uma doutrina religiosa que apresentasse um conceito positivo e humano de um ser supremo. Portanto, a religião positiva não é ateísta, pois professa a crença em um ser supremo mas real, sendo uma religião completa, possuindo, além de um culto bem elaborado, dogmas, doutrinas e regime.
No Brasil, o positivismo está presente bem diante de nossos olhos: nos escritos da bandeira nacional. A atual disposição no símbolo do pavilhão brasileiro ''Ordem e Progresso'' é uma máxima advinda da divisa Comteana: L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but (O amor como princípio e a ordem como base; o progresso como meta), representando as aspirações a uma sociedade justa, fraterna e progressista. Em destaque no Brasil, surgiram duas vertentes positivistas: ortodoxa e heterodoxa. Esta, se aproxima dos estudos pioneiros de Comte ligados à criação da Sociologia e aquela apoiada na inserção da Religião da Humanidade.
Assim, denoto Isidore Augustè Marie Xavier Comte como um brilhantíssimo filosófo e criador da Sociologia, sendo pai do Positivismo e um indubtável cidadão formador de intelectos. Encerro com uma citação de Augustè Comte: '' A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas ''