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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sábado, 23 de outubro de 2010

Origens

Hoje me peguei cantando Metal ao acordar. Logo me lembrei de que um passado muito obscuro eu tive. Na idade das Luzes que habito tem muito pouco espaço para meus antigos hábitos que a partir dessa data pretendo retomar. São coisas boas nas quais acredito que ainda têm espaço no meu cotidiano.
Recordo-me ainda que dessa maneira passei seis ou sete anos dispendiosos, vivendo bem, gozando os frutos da juventude e criando novas amizades. Deixo alguns vídeos e palavras das quais não me esqueço: Ao meio-dia o destino chega a vocês, nós somos os vaqueiros do inferno!

http://www.youtube.com/watch?v=RkAMtXTEjco

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Corre Cincinato, rápido!

Desta vez deveriam ser atentos os eleitores. Não dá, não consigo me esquecer da política mesmo tendo ao meu redor somente tucanos. O programa Minha Casa, Minha Vida já mostrou proficiência no que toca do assunto habitacional, sobretudo se comparado com o programa habitacional do estado mais potente do país, São Paulo. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, fomentada pela iniciativa privada, do governo paulista demonstrou mais uma vez que somente em épocas eleitorarias a história é diferente. Enquanto no mesmo bairro, pessoas vivem com luz elétrica, saneamento básico e um teto decente, outros do FLM têm que se virar e invadir prédios abandonados na esperança que se cumpra a promessa do governador de que lhes asseguraria uma residência desde que saíssem da favela.
Contudo, o FLM tem se mostrado paciente em relação à resolução problemática. Uns semelhantes já teriam invadido o sistema e implantado o seu way of life, subentende-se MST. Ambos têm um fundo filosófico imputado nas ideologias sociais dos grupos, eles não o sabem mas na Roma Antiga os irmãos Graco já haviam tentado a reforma habitacional, além da reforma agrária, e um lavrador, chamado Cincinato, abandonou o seu habitat bucólico para salvar as casas de Roma. Este, um líder nato, provavelmente pioneiro do sindicalismo e heroi em sua função.
A frente de luta por moradia espera, pacientemente, pela aplicação do A casa é sua, do trigovernador que foi eleito para continuar um trabalho bem sucedido. Enquanto isso, o pessoal revoltoso pode ficar sem beber água, sem comida que não influi na economia mesmo. Vendo isso, Cincinato nunca teria largado o seu arado para salvar sua Roma, apenas corerria no horizonte, bem rápido! Ê seu Cincinato.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

No, it can't

Hoje de manhã recebi às revistas semanais que minha família assina. Confesso que me deu um baque vermelho quando vi a capa da Veja. Crítica à dualidade da electível e mais enquetes e matérias ferozes no conteúdo do jornal semanal, um capítulo aditivo para as vidas eleitorarias.
Não presumo às ofensivas e intenções deles, mas como se não bastassem os Mainardis e Toledos da vida, ainda tenho que ver uma de minhas leituras favoritas imergir em um mar de lágrimas. Quanto desse sal, não são lágrimas de uma assinatura mensal.
O citado choque é devido à pregação que a revista tem de não tomar partido e apesar de velado ocultar o bico ornitológico que possui, mesmo quando presidentes são achincalhados, escândalos são descobertos e acordos internacionais são selados. Agora resta a decepção de me contrariar partidariamente e ainda construir bases infundáveis para influenciar no processo das eleições.
Um bom exemplo foram as eleições norte-americanas. O jornal The New York Times apoiou sintoticamente a campanha Yes We Can e tomou partido, demonstrando que um meio de comunicação tão importante quanto o jornal é, pode se expressar politicamente e demonstrar conhecimento de causa.
Sinto ainda um acalento lendo a Carta Capital, mas a Veja, de expressão, caiu no meu conceito.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Singelo brilho

Ontem recebi um presente de um amigo/irmão que me comoveu bastante. Há muito tempo não tinha uma alegria tão espontânea quanto a de ontem, embora me falte uma atitude dignificante como essa. Ela faz me lembrar de que sempre tenho que carregar sentimentos bons e puros em meu coração e mesmo que seja em um singelo e simples dote, há de fazê-lo. Também penso que nossa sociedade está tão preocupada com as aparências que, dificilmente, percebemos o que está implícito em uma atitude como se recordar de uma pessoa ou fazer menção dela de modo que satisfaça seu próprio coração e do amigo.
Confesso que demorei a perceber a grandeza desse ato e que tenho dificuldades na capacidade de ser altruísta, embora filantropo. São ações como essas que nos fazem maiores, retos e cidadãos. Obrigado Marcus e Matheus.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Olhe a sua trave primeiramente

Certamente você, leitor, já se perguntou porquê dos candidatos reprimirem à proposta de eleição de artistas decadentes, cantores, boleiros reformados entre outros. Justifica-se que a política brasileira e o povo não deve ser representado com gracejos e pandeguices, embora muitos dos justificadores também não tenham subsídio político suficiente para protelar contra ninguém. O fato é que historicamente é muito difícil reconhecer algum governante academicamente formado político.
Encontram-se em nossa história líderes militares opulentos, coronéis, estudiosos burgueses e líder social. A qualidade da gestão é determinada pelo afago que o candidato dá na maior parte da população e quanto ele agrada aos gregos e troianos. Ultimamente temos visto uma atuação digna do atual presidente, que além de estabelecer contatos, elevou a economia do país de uma forma nunca antes presenciada, salvo os erros que todos têm. Isso nos leva a crer que ele é um estudioso nato. Balela. É um metalúrgio reformado que preenchia a política como vocação de Weber. Incontestável.
Em suma, não deve ser subjulgada a formação profissional, todavia a capacidade de estabelecer projetos e praticá-los de maneira que beneficie somente à sociedade, sem os costas-largas, uma vez que nossa sociedade não pressupõe uma academia de formação política da qual os electíveis se esquecem e comentam sobre a trave nos olhos dos outros, porém não veem às suas.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um tapa no futuro

Hoje fiquei bem reflexivo quando o meu professor argumentou sobre a lei contra punição e castigos a crianças. Factualmente, qualquer agressão fere os preceitos da constituição vigente no nosso país, entretanto o cerne é mais profundo e psicológico do que apenas civíl. Realizando uma pequena analogia utilizada pelo mestre, assim como você gosta de uma esposa e não a agride se ela faz algo que motive uma discórdia, você também não castiga seu primogênito caso ele cometa um erro. Há controvérsias.
Na Idade Média, era normal se castigar um filho, uma vez que ele não andasse de acordo com determinadas ordens da família, configurando uma barbárie. E concomitantemente, a evolução tecnológica e coerciva trouxe a coerência e a ética de uma forma diferente da antes, sacra, vista. Assim, exponencialmente, tende a acabarem os castigos aos filhos no futuro.
O caso é que esse futuro está presente e não se permite esconder-se dele. Uma deputada do RS propôs essa lei e sem dúvidas preencheu todas lacunas que deixavam a desejar no sentido de proteger as crianças. É certo que essa política gerou muitas discussões.
Acredito que o castigo moderado não altera a formação intelectual e psicológica de uma criança, até porque as melhores mentes que já revolucionaram o mundo, tinham alguns distúrbios. Eduard Eistein, esquizofrênico; Van Gogh, epilético; Goethe era organizadíssimo, sem citar Poe, John Nash entre outros.
Logo essa lei, aprovada, impede que os pais punam e ensinem a seus filhos, enquanto crianças, que na vida adulta nós apanhamos de qualquer forma.

domingo, 8 de agosto de 2010

Velho homem

Hoje é um dia muito feliz, embora, para alguns seja triste também, dia dos Pais. Aquele homem que representa a força, honradez e moral cível dentro do lar. Não merece ser bendito apenas um dia ao ano, todavia ser valorizada cada uma de suas lições e palavras. Dessa forma, Neruda soube catalisar o que um pai (unidade) significa para um primogênito.

O Pai

Terra de semente inculta e bravia,
terra onde não há esteiros ou caminhos,
sob o sol minha vida se alonga e estremece.
Pai, nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.

Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.

Depois... Pergunta a Deus porque me deram
o que me deram e porque depois
conheci a solidão do céu e da terra.

Olha, minha juventude foi um puro
botão que ficou por rebentar e perde
a sua doçura de seiva e de sangue.

O sol que cai e cai eternamente
cansou-se de a beijar... E o outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.

Escutarei de noite as tuas palavras:
... menino, meu menino...

E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.


Pablo Neruda, in Crepusculário

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Lalalaia iáiá

Ontem terminei de ler meu livro das férias. Que coisa boa. Eu escolhi um livro extenso, justamente para ler um apenas, compenso minha preguiça lendo por duas vez a mesma página para entender a intenção do autor. Fiódor era ele. Novamente me aventuro nas viagens extremamente instrospectivas do preferido da criadora de Macabéa.
Muito bom o Notas do Subsolo II, Dostoiévski cria um cenário o qual ele conversa consigo mesmo e entra na mente das outras pessoas como narrador onisciente. Uma história que me pegou de calças curtas porque esperava uma narração apenas em primeira pessoa e sinalizando a covardia do Fiódor, funcionário público e ex-soldado.
Outro detalhe importante é que o narrador relata obras as quais ele fora influenciado, incluindo Arthur Schopenhäuer, Nekrassóv, Gógol e Tchernichevski. Assim tomamos por base o intimismo, pessimismo e todas as outras características que marcaram profundamente a obra desse querido intelecto russo. Altamente recomendável.

Que maré

A moda agora é assassinar as amásias. Que onda de assassinatos cometidos e intentados. Tudo isso se deve ao descontrole, estresse ou desordem mental; na verdade creio na falta de caráter do povo. Ultimamente, os valores não são os mesmos de outrora, a mim inclusive esse sentimento de posse e onipotência também compete, e quando eu diria que excluo os clérigos: hoje não mais; abusam de crianças, jovens desprotegidos que procuram na religião um subterfúgio da realidade vigente. E tudo isso é extremamente divulgado pelos meios de comunicação, ou melhor dizendo, imposto pela televisão.
Entretanto não fugindo do meu objetivo, como cita o Forensis Grissom não há o crime perfeito, pistas que apontam os culpados sempre aparecem. Infelizmente, os nossos telejornais e afins dispendiam mais tempo relatando dados sobre canalhices e ''calhordices'' (com o seu perdão Millôr) de homens com a vida relativamente tranquila que espalham o sofrimento, ou não, em famílias inteiras. Vejamos o caso da Rede Record: no jornal de ontem, dia vinte e nove, o noticiário gastou dez minutos e três intervalos mostrando todo o processo criminal do caso Bruno e Eliza Samúdio, claro que intercalando outras matérias subjetivamente de acordo com o prosseguimento jornalístico. Quando, no entanto, poderia esclarecer dúvidas dos consumidores, relatar sobre a bolsa de valores, inflação, intercâmbio monetário, whatever.
Muitas famílias buscam em seu horário de jantar uma sequência de notícias do dia-a-dia e recebem rajadas de más notícias de assassinatos, assaltos e altos graus de subserviência da população à violência. E isso, sinceramente, preocupa bastante, pois os filhos estão ao lado dos pais ouvindo tais relatos e claramente influenciam-se ou lembram-se de tais fatos em um futuro não longínquo.
Concordo que a imprensa tem que noticiar a população do que acontece ao nosso redor, porém creio que a abordagem é feita de maneira incorreta. Não obstante, vemos sempre que um caso repercute ativamente na mídia, há sempre pessoas na porta da delegacia ou prisão xingando os condenados ou réus.
Como já disse isso tudo corrobora para uma visão mais abastada de todos valores que seguiamos e hoje não mais. Atos malévolos estão acontecendo talvez nesse momento, no entanto a prevenção inicia-se dentro de casa. Deixemos o tubo de elétrons de lado e leiamos um livro; sem dúvida tem mais conteúdo.

domingo, 25 de julho de 2010

Avec pleasànt

Pour le calendrier revólutionnaire, le Directoire dure du quatre Brumaire an quatre au dix-huit Brumaire an huit. Il s'agit de la second tentative pour creer un régime stable constitutionnel. La pacification de l'ouest, la fin de la première coalition permettent l'établissement d'une nouvelle constituition. Pour la première fois en France, le pouvoir législatif repose sur parlement bicamerant: le Conseil des Cinq-Cents et le Conseil dus Ancients.
Le pouvoir exécutif est un directoire de cinq personnes nommeés par le conseil des Ancients sur une liste fournie par le Conseil de Cinq-Cents. Les ministres et les cinq directeurs ne sont pas responsables devant les assemblées, mais ils ne peuvent non plus les dissoudre. Comme 1791, aucune procédure ne permét de résoudre les conflits.
Prochain topique: Les Thermidoriens. Au revoir

Em Outubro

Vossos olhos e ouvidos, temo por tudo que veem na imprensa, mídia e céus, intensas falcatruas, maganices e roubalheiras. Entretanto, tudo isso teoricamente se encaminha para mudança: são as eleições 2010.
Deputados estadual e federal, senador, governador, presidente, respectivamente são dezesseis teclas que condizem com inflação, desemprego, analfabetismo e violência, porque nada disso se finda, apenas muda de culpa. Não interessa se aquele é de tal ferramenta, ou se este é animal, o trato populacional de gado ou rebanho é o mesmo durante os quatro anos de subserviência.
Uma grande opção, logo, é avaliarmos o plano de governo menos falível de cada candidato e realizar uma fria a análise do que sinceramente é factível durante o mandato. Como Aristóteles, Discurso sobre a Política, diria que todo CIDADÃO tem o direito de não gostar de política, no entanto se permite governar por quem gosta dela. Sendo assim, caros antros, peço para que revejam os conceitos de políticos e não desperdice em um dia de votação o que vai ser representado durante quatro anos pelo seu voto.

Inerte

Novamente, caros leitores, tento retomar a aurora da minha vida a qual meus tempos de desleixo não me livram. Nessa meia-vida, se me permitem os Curies, estive estudando e aprimorando minhas condições linguísticas e filosóficas além de direcionar minha atenção às causas sociais. Creio que assuntos mais inerentes ao cotidiano serão brevemente relatados e agora inserido nas tecnologias vigentes, pois, serei mais contundente nas abordagens. Que o Pai Celestial fique convosco, agradeço.

sábado, 17 de abril de 2010

Exposição

Especialmente hoje, tentarei criar dois posts, sobretudo pela pressa e pela vontade e incitação de reativar meu blog argu-filosófico. Tenho, em meia hora, várias criações porém inconclusivas e dissuadivas. Por isso , a explicação anterior feita, espero que compreendam a minha solicitude em escrevê-los e deixar algum esclarecimento sobre certos assuntos que repercutiram durante a minha semana.
Em um dia comum na semana, me fora perguntado se copiava os textos que são postados aqui. Respondi que não, mas se alguma coincidência estabeleceu-se certamente foi descuido meu em não utilizar ideias próprias, contudo realizar um estudo superficial e didático de grandes pensadores. E creio que por isso, eu use algumas paráfrases e comparações com tais intelectos. Já nessa esperança, tentarei ser mais sucinto e menos abrasivo nas palavras alheias.
Desde já, agradeço a posição tomada por pessoas em me questionar. Acho que a base de qualquer eloquência inicia-se com o diálogo. Sem mais, preparo para o próximo post.

terça-feira, 2 de março de 2010

Um nobre imortal, esquecido

Hoje, abordo um autor pouco citado nas rodas de amigos, na universidade e nas bibliotecas onde é dificilmente procurado: Fagundes Varella. Um imortal, poeta, boêmio e ótimo escritor. Fagundes, advindo de família rica, nasceu em 1841, no Brasil e iniciou seus trabalhos como poeta durante a segunda geração romântica (Byroniana). Em sua época, Fagundes era venerado como um dos maiores expoentes do romantismo platônico aqui no Brasil, sendo natural de Rio Claro no Rio de Janeiro, todavia sucedeu em Niterói.
Assim, naturalmente, ingressou na Universidade de São Paulo no curso de Direito (Largo do São Francisco) e logo, devido a sua transitoriedade e inquietação, transferiu-se para Universidade de Direito em Recife. Entretanto, abandonou o curso em seu quarto ano, alegando não ter a devida vocação para exercer a profissão, dedicou-se apenas à boêmia e à arte poética. Certamente noviço, casou-se aos vinte anos e teve um filho, que logo após o terceiro mês de vida, faleceu. Daí em diante, o sofrimento poético tomou conta de Fagundes Varella, que se entregou à bebida e à poesia.
Contudo, casou-se novamente com outra mulher e teve outras três crianças em um casamento com uma prima. Infelizmente, uma das crianças morreu aos onze anos e assim, Fagundes refugiou-se no campo e não voltou mais. Entregue às enfadonhas tristeza e ao álcool, ele viveu no campo com o dinheiro que seu pai lhe dava e escrevendo morreu prematuramente também, aos trinta e três anos.
Postumamente, recebeu o título de imortal, cedido e instanciado por Lúcio de Mendonça, ocupa o lauro de patrono da cadeira de número onze na Academia Brasileira de Letras, tendo seu busto ornado no silogeu brasileiro.
Despeço-me com a poesia ''Ideal'' desse nobre imortal:

Ideal - Fagundes Varella


Não és tú quem eu amo, não és!
Nem Teresa também, nem Ciprina;
Nem Mercedes a loira, nem mesmo
A travessa e gentil Valentina.

Quem eu amo te digo, está longe;
Lá nas terras do império chinês,
Num palácio de louça vermelha
Sobre um trono de azul japonês.

Tem a cútis mais fina e brilhante
Que as bandejas de cobre luzido;
Uns olhinhos de amêndoa, voltados,
Um nariz pequenino e torcido;

Tem uns pés...oh! Oh que pés, Santo Deus!
Mais mimosos que uns pés de criança,
Uma trança de seda e tão longa
Que a barriga das pernas alcança;

Não és tú quem eu amo, nem Laura,
Nem Mercedes, nem Lúcia, já vês;
A mulher que minh'alma idolatra,
É princesa do império chinês!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sob o olhar auspicioso

Ultimamente, a ordem maçônica tem se envolvido em situações constrangedoras: desvio, lavagem e inapropriação de recursos públicos. Infeliz é aquele tio que vê sua loja incluir-se em um grupo de goteiras e maçons irresponsáveis. Narrador onisciente, sou, porém, meu papel de sobrinho é relatar as atitudes errôneas e corruptas que ocorrem nesse exato momento na maçonaria matogrossense.
O caso mais recente é vivido nos orientes do Mato Grosso. O ex-presidente do TJMT, José Ferreira Leite, está sendo acusado de desvio e lavagem de dinheiro para a maçonaria, aquele julgado pelo Conselho Nacional de Justiça como administrativo e o respectivo como criminal. Nessa situação, a maçonaria seria utilizada como ''laranja'' e teria apenas um envolvimento figurativo, embora fosse desnecessária essa exposição. A repercussão consiste no sentido de o STJ conceder a aposentadoria aos magistrados, maçons, como punição administrativa para a acusação de corrupção; tudo isso defendido pela Lei Orgânica da Magistratura cuja reforma já é pleiteada pelos ministros relatores do caso.
Sobretudo, tenho certeza que os ensinamentos passados dentro das colunas não são estes: pretensão, vilania, soberba e idoneidade. Às colunas atribui-se o valor de esquecer o que fora vivido até o momento e a partir da entrada, tornar-se-ia um cidadão digno diante dos olhos dos homens de bem, virtuoso, tolerante e paciente, nada disso presente nessa ação de usar o nome secular da ordem. Embora irmãos, devem ser destinados aos castigos pertinentes à ação cometida e certamente isso o será feito.
Como DeMolay, zelo por minha integridade e realço meu apreço pela maçonaria e tento aplicar os ensinamentos lá dentro proferidos. Somente lamento pelo nome de tão grande ordem, corroborar com pequenos homens e ser estereotipada como dubtável, quando não a é. Apenas insisto em aludir aos maçons envolvidos, que estão sob o auspício daquele que tudo vê. Abraços fraternos.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Roterdã e seu ''Errasmo''

Tomo por base, agora, o acadêmico, teólogo e humanista Erasmo de Roterdã, um filósofo pouco conhecido, todavia muito importante para a formação religiosa e seus preceitos. Era um grande estudioso, embora não tomasse partido na época da reforma luterana, apresentava tais traços que o interpretavam como protestante. Na verdade, Erasmo fora um perfeito hesitante: vezes não queria ferir os dogmas que tanto cultivava de Santo Agostinho, vezes não concordava com as atitudes do clero vigente. Criado dentro do monastério, ele, após iniciar a vida acadêmica, resolve tomar para sua vida, uma literatura independente, de país, cultura ou academia. Talvez, daí seu pequeno reconhecimento, entre as notoriedades, decorra.
Erasmo, até então, viajante nômade, refugia-se na Basileia (Suíça) em um local totalmente neutro e desprovido de cobranças ou falsos elogios. Nos Alpes, inicia os seus esforços empenhado em ajudar o rei Carlos III da Espanha, através de textos, ou sermões. Em um desses textos, confecciona uma obra notória até nos dias de hoje: Elogio da Loucura. Dedicando-o a um amigo, sem querer, tornou-se um grande catalisador para a Reforma Protestante.
Na obra, o espírito satírico do início cede lugar ao sombrio, em orações. A loucura dessa mudança é a apreciação da característica depreciativa, logo seguida pelo uso da sátira à Igreja Católica Romana e seus abusos supersticiosos quanto a riqueza. Por fim, Erasmo deixa um depoimento ensaista de despedida, o qual relata suas experiências monásticas.
Há de se mencionar também a contribuição de Erasmo de Roterdã na retórica e alusão à luxúria uma vez que elogia às coisas sem valor (adoxografia). Corrobora para a oratória e além de ser um grande intelectual, Erasmo de Roterdã é um tópico que merece mais atenção, mesmo sendo, talvez, hesitante em suas escolhas.

De 1900 a 2010, perdura Keynes!

Não obstante, presumo constar sobre John Keynes, o Karl Marx do vigésimo século ou mesmo equipará-lo em importância com Nash e Levi-Strauss, embora o este seja pouco difundido entre os mais incautos, sinto a obrigação de citá-lo em conjunto com os dois, haja visto o seu falecimento há poucos meses. Mas esse não é nosso foco, Keynes e sua teoria de que o Estado tende a permanecer em constante mutação me agrada bastante. Em um de seus célebres discursos, graças ao recurso eletrônico da internet, pude retirar frases de impacto, dentre as quais denoto: ''aqueles que verdadeiramente trilham o caminho da sã sabedoria e da virtude, são os que menos se ocupam em pensar no amanhã''. A frase lida assim, cruamente, entra em um contexto não muito favorável, entretanto se compreendê-la no contexto de sua palestra ministrada na Universidade de Cambridge, provavelmente se pode desprender do texto que uma conduta maleável e inquestionável de polidez e exatidão não necessita de calcular um futuro, pois este já está garantido e repleto de sucesso e retidão.
Keynes não representou somente um grande pensador, porém um grande visionista, formador da macroeconomia, fora também um teorista e representou uma excelente referência no que toca a economia durante a Segunda Guerra Mundial. O seu fundamento mais importante e utilizado já retirou muitas potências de crises inviáveis (Estados Unidos da América, Inglaterra) - gastar em investimentos uma quantia cujo governo não possui, a fim de inchar a economia e recuperar a balança comercial favorável. Apenas, considerando que o investimento seja produto da interação entre eficiência e juros.
Sobretudo, John Keynes ressaltava a intervenção do Estado, contrariando Smith, pois esta intromissão seria útil para minimizar os efeitos contrários de ciclos má sucedidos, inflações e recessões como a vivida até o segundo semestre de 2009, tudo isso superado pela medida fiscal intervencionista uma vez defendida por Keynes; um célebre intelecto que vive através de seus ideiais após a posteridade.

O ''santo'' matrimônio

Uma vez, certo padre diria: '' para falar ao vento são necessárias palavras; para falar ao coração são necessárias obras''; era mais um trecho retirado dos sermões de Antônio Vieira, aquele abade português que vivia no Brasil. Inicio assim, mais um post não relacionado à filosofia e sociologia, como costumeiramente eu o fazia. Abordo uma frase do Padre Antônio Vieira, grande entusiasta do casamento por interesses econômicos; descoberta por uma releitura de seus sermões, essa situação é demasiadamente corriqueira em nosso cotidiano, uma vez (várias vezes) negada por homens e mulheres do nosso país varonil.
Aquela união arranjada perdeu a vez, logo tomou partido a união financiada; como diria um romance globalmente visto: o amor se constrói, ou seja, não existe um sentimento formado antes de ter uma casa em um bairro bom, mobília nova, carro do ano e dinheiro no banco. Em certa parte, concordo com o princípio feminino de estrutura formada. Actualmente, é raro aquele relacionamento não-fundado nos padrões internacionais do commonwealth.
Pois bem, o santo matrimônio fora cambiado por um jogo de interesses e de falsa pretensão: leva quem tiver o ego mais alto. As medidas religiosas de ''na riqueza ou na pobreza'' caíram por terra e tudo o que restou foi o dogma histórico-religioso do capitalismo. Já dizia Nelson Rodrigues, exímio dramaturgo nacional, que o dinheiro compra até um amor verdadeiro; infelizmente esse é o retrato atual BÁSICO das relações afetivas. Ratificando novamente que existem romances autênticos, embora escassos, perduram.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Reiterações

Leitores, convoco-os novamente a acompanhar as teorias filosóficas postadas neste humilde véiculo informativo. Sinto profundamente por deixá-los em evidência durante o período carnavalesco mas prometo que a partir de hoje as postagens são semanalmente revisadas e renovadas.
A lição retirada desse ínterim de descanso foi puramente baseada em Vassel Symonchev; os prazeres estão, entre si, ligados à carne, ou seja, a massa humana, com seus hormônios e proteínas, tem como produto o desejo mais ímpio, a libido (antes descrita por Freud). Nota-se a disponibilidade de dar e receber afeto nessa época. Caso esse altruísmo fosse cultivado durante todo o ano, creio que ninguém dormiria em praças, albergues e a fome estaria extinta.
Há de se medir também o capital investido em um único sentido, sem retorno. Ou elaborando melhor a frase, dispõe-se o dinheiro, tendo em vista um lucro relativo, dirigindo-o aos mais espertos.
Deixemos esse tópico de lado, pois não é meu intuito refutar a festividade que tanto alegra a população desenvolta brasileira.
Os próximos posts serão mais interessante do que esse, fiquem no gancho.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Parêntese


Hoje, leitores, abro mão de meu café filosófico e entro, humildemente, no mundo sonoro, ouvintes. Quero apenas deixar o meu agradecimento em nota para um dos maiores cantores e compositores da música sertaneja raiz brasileira, o saudoso José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca. Desde já, pode ser notada a lacuna que a originalidade sertaneja apresenta, senão cultuada mas sim modificada, abrindo um infeliz parêntese na acústica e inverossímil raiz sertaneja.

Pena Branca nascido no interior de Goiás em 1939, mudou-se para Uberlândia, interior de Minas Gerais, juntamente com seus pais e seus oito irmãos (um deles era Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho). Na idade de 12 anos, José Ramiro perdeu o seu pai e viu-se obrigado a enfrentar a lida dura do trabalho. Assim, começaram a trabalhar nas lavouras de café os irmãos e de lá aprenderam a manusear a querida viola caipira, autodidatas. Em 1958, José Ramiro e Ranulfo Ramiro se apresentaram em um programa da rádio Educadora em Uberlândia pela primeira vez. Daí começaram a dura carreira de cantores iniciantes para sair do anonimato, contudo realizando apresentações gratuitas para reconhecerem o talento de ambos.
Dez anos mais tarde, José Ramiro e Ranulfo Ramiro vão a São Paulo tentar a sorte grande. Iniciam os seus trabalhos em clubes de música sertaneja de raiz e lá conhecem excelentes duplas tais como Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico. Em 1970, José Ramiro e Ranulfo Ramiro gravam o primeiro trabalho artístico, ''Saudade'', já com os nomes de Pena Branca e Xavantinho. O sucesso: questão de tempo. Apresentações conjuntas com Tonico e Tinoco, seus padrinhos, alavancaram a dupla que, logo passou a apresentar-se sozinhos.

O grande trunfo de Pena Branca e Xavantinho era o primeiro LP, ''Velha Morada'', veiculada na televisão e nas rádios, com boa repercussão nos anos 80. A mescla de estilos musicais marcou o único trabalho de Pena Branca e Xavantinho que permitiu outro som, sem somente viola; foi o chamado ''Cio da Terra'', gravado com Milton Nascimento e notório por render muitas cópias. A dupla ganhou cinco prêmios Sharp, na época importantíssimo para o reconhecimento da música sertaneja raiz.

''Mas o destino cruel e traiçoeiro, um a morte não levou'', já diziam Milionário e José Rico; fora a morte de Xavantinho, em 1999, que rompeu a dupla e entristeceu o cenário sertanejo. Sobretudo, Pena Branca relevou a morte do irmão e seguiu carreira solo, compondo e cantando sempre com alegria. No ano de 2001, Pena Branca foi congratulado com o Grammy Latino de Melhor Disco Sertanejo e no ano seguinte, lançou seu segundo trabalho solo, ''Pena Branca Canta Xavantinho''. Há de se mencionar que Pena Branca recusou ofertas de gravadoras pela razão de não mudar o seu estilo musical, mediante tal proposta (fato honrável de um homem originalmente sertanejo).

Infelizmente, onze anos mais tarde, falece nosso querido Pena Branca, vítima de infarto, aos 70 anos. Um exemplo aos cantores que dizem honrar a farda sertaneja mas desrespeitam àqueles donos potenciais da viola caipira tocada com maestria pelo saudoso José Ramiro.Em tom de pesar, resta a esperança de ouvi-lo compor nos céus e fica aqui, nosso apreço, por um daqueles que nos fez viajar com seus acordes harmoniosos e sua voz inabalável. Que seja eterno: '' Um abraço do Pena Branca, e outro aqui do Xavantinho''.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Escola notável

Quando dizemos que uma instituição de ensino é notável, podemos ser interpretados de várias formas: o ensino é de excelência, a escola possui uma infraestrutura muito boa, os professores são muito competentes, os alunos são estudiosos intelectuais e etc. A notabilidade da Universidade Alemã de Frankfurt-am-Main provém, logo, de seus alunos cujos nomes são citados tanto no campo sócio-econômico, intelectual e na formação de mentes; note-se que vornames como Adorno, Horkheimer,Walter Benjamin, Marcuse, Löwenthal, Neumann e Habermas entre outros, são mencionados como discípulos da brevemente chamada Escola de Frankfurt. Sobretudo, a Escola de Frankfurt é integralmente estudada, atualmente, nas graduações universitárias de todos os cursos de Humanidades, preservando as teorias corroboradas pelos estudiosos.
Um grupo de filósofos e cientistas sociais e políticos formaram tal corrente de pensamento a qual embasava-se nas teorias marxistas no século XX. Citar apenas alguns feitos inteligíveis dessa corrente seria uma injustiça sem parola, todavia destacam-se dois conceitos que são mais cognocíveis no nosso cotidiano: indústria cultural e cultura de massas. Aquela fundamentada pelos filósofos e sociólogos Theodor Adorno e Max Horkheimer tem por definição a análise da função da cultura e do capitalismo, relatando que a cultura está ligada à conversão da mesma em mercadoria, tal sendo utilizada por parte da classe dominante de modo que a produção cultural e intelectual possa ser conduzida pela possibilidade de consumo mercadológico (monopólio). A cultura de massa igualmente reconhecida pelos mesmos, define-se por toda aquela cultura produzida para os destinatários pertencentes à população em geral, desconsiderando as diferenças étnicas e sociais, veiculada pelos meios de comunicação de massa.
A Escola de Frankfurt fora fortemente tocada pelos ideias marxistas, embora, inicialmente, não adotarem o espírito do marxismo vigente na época e mostrarem o anticomunismo nas dependências acadêmicas, o instituto preenchia a lacuna intelectual socialista das universidades alemãs. Indelével é a postura de análise crítica e solícita a todos os problemas culturais do século XX, sobretudo por não ser uma escola no sentido literal e coexistirem vários interesses dos pensadores que compõe essa corrente, há uma certa dificuldade em inserir e sistematizar o ideal dos denkers.
Infelizmente, com a ascensão do chanceler Adolf Hitler, os pensadores, em sua maioria judeus, refugiaram-se em Genebra, por conseguinte em Paris e finalmente na Universidade de Columbia, em NYC. A medida que as ideias frankfurtianas difundiam-se, os trabalhos representados tornavam-se cada vez mais admiráveis, tendo participações na Psicanálise (Frömm e Marcuse) e na contenção bélica (Marcuse e Löwenthal). Enfim, com a morte de Theodor Adorno, iniciam-se os trabalhos do segundo período da Escola de Frankfurt a qual representada por Jürgen Habermas é composta por análises de Adorno e da Teoria Crítica da Sociedade, tema brevemente abordado nos próximos posts. Assim, encerra-se a história da Escola de Frankfurt com o prosseguimento do segundo período, pouco difundido atualmente, apesar de representar a tradição de um celeiro filosófico muito importante para a formação intelectual da Humanidade.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Primórdios Sociais

O século XIX fora perplexado pelas ideiais neoiluministas e as novas doutrinas surgindo com uma velocidade singular. Foi nesse período que se destacaram cientistas do intelecto como Vilfredo Pareto, Karl Marx, Emile Durkheim, Friederich Hegel, Savigny e Max Weber. Este, ganha um papel muito importante na nova inserção da sociologia, antes fundamentada por Comte, Sartrè entre outros. Maximillian Carl Emil Weber, ou somente Max Weber, alemão, jurista e economista, seguiu a linha de pensamento econômico e obteve um grande sucesso em escala global.
'' Der mensch bekommen hatte nicht der möglich wenn, seit langem, versuchen hatte nicht der unmöglich '' ( o homem não teria alcançado o possível, se, por muitas vezes, não tivesse tentado o impossível), Weber deixou um belíssimo legado aos estudiosos da Sociologia alemã e mundial. Como uma de suas obras-primas, A ética protestante e o espírito do capitalismo ainda é aplicada nos âmbitos universitários e nas rodas de conversa. O que Weber esperava como resposta da sociedade era uma conscientização da população da Alemanha sobre suas condições econômicas no início do século XX: conseguiu uma repercussão muito maior, eu diria até ruim, pois impediu que as pesquisas do alemão continuassem a progredir, devido ao aprofundamento na teoria sociológica.
Particularmente, prefiro a obra Política como Vocação a A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo sobretudo por definir o nosso vigente governo o qual tem um líder popular e adaptado às aclimatações de um país sempre classificado como subdesenvolvido industrializado (Brasil). Weber retrata através da ação social a formação de uma sociedade a partir de comunidades interligadas entre si, pregando também a não-burocratização do governo por alegar que tal nos colocaria dentro de uma gaiola, subservientes e expostos a qualquer ação da liderança governamental. Um traço marcante dele presente na obra é a ação coercitiva do Estado na economia, uma vez contrariando toda a postulação de Adam Smith cujo Estado se autorregularia.
Weber também postula que o Estado possui o monopólio do uso da ação coercitiva uma vez que a política deve ser entendida como qualquer atividade em que o Estado tome parte, de que resulte em uma distribuição relativa da força. Além disso, ele se inspira em uma filosofia existencialista (Jèan Paul-Sartè) que nega Durkheim quando afirma que a ciência não ensina o homem como viver ou se organizar em sociedade; e nega também a Marx, dizendo a ciência não pode indicar o futuro da humanidade; prefere acreditar na ciência da conduta humana, uma vez que essa seja uma conduta social.
Assim, Weber encerra sua obra, brilhante e singular, esperando que mais e mais pessoas conheçam seus ideias e compreendam a economia como ele mesmo o fez.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Genialidade

Augusto Comte, pensador do século XIX, idealizador da doutrina positivista e possível criador da sociologia, é, em minha singela opinião, um gênio do discernimento e ceticismo da mentalidade questionável do clero e da entidade financeira: Igreja. Sendo assim seguido no Brasil pelo positivismo ortodoxo e o positivismo heterodoxo, brevemente retratados no fim. Isidore Augustè Comte, francês, o positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política; relacionada como desenvolvimento ideológico do Iluminismo, ele ratifica a existência humana ligada a valores completamente humanos, desligando-a da teologia e da metafísica.
O método geral consiste na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação, cuja definição positiva é afirmada por Comte em sete palavras: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. Este, implica afirmar que as concepções e as ações humanas são modificadas pelo afeto das pessoas, mais do que isso, o pensador realça a subjetividade como traço fundamental no ser humano. A ideia chave do pensamento positivista é baseada em três princípios, ou melhor, Lei dos Três Estados, corroborados nas concepções teológica, metafísica e positiva.
  • Teológica: o ser humano explica a realidade buscando apelando para entidades supranaturais (Deuses), buscando o absoluto, ou seja, questões como de onde viemos e para onde vamos, fundadas na religião;
  • Metafísica: é um meio-termo entre os extremos teologia e positividade. No lugar dos Deuses, há entidades abstratas para explicar a realidade (éter, o povo). Continua-se procurando às respostas existenciais da teologia;
  • Positiva: etapa final e definitiva, procuram-se as respostas com base nas leis naturais de coexistência e nas relações de contínuas sucessões. A imaginação subordina-se à observação e busca-se o relativo;

Segundo Comte, o espírito positivo é maior e mais importante que a mera cientificidade, na medida em que esta abranja apenas questões intelectuais e aquele compreenda, além dos sentimentos, também a inteligência e as ações práticas. O francês preocupou-se com a constituição de um sistema de valores adaptado à civilização industrial que então se iniciava, no século XIX, valorizando o ser humano, a paz e a concórdia universal. O ser humano é ''total'', isto é, uma realidade completa e o seu sistema deve se referir à totalidade humana: afetiva, intelectual, prática ou individual e coletiva.

Criador da religião da humanidade, Augustè contava com o surgimento de uma doutrina religiosa que apresentasse um conceito positivo e humano de um ser supremo. Portanto, a religião positiva não é ateísta, pois professa a crença em um ser supremo mas real, sendo uma religião completa, possuindo, além de um culto bem elaborado, dogmas, doutrinas e regime.

No Brasil, o positivismo está presente bem diante de nossos olhos: nos escritos da bandeira nacional. A atual disposição no símbolo do pavilhão brasileiro ''Ordem e Progresso'' é uma máxima advinda da divisa Comteana: L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but (O amor como princípio e a ordem como base; o progresso como meta), representando as aspirações a uma sociedade justa, fraterna e progressista. Em destaque no Brasil, surgiram duas vertentes positivistas: ortodoxa e heterodoxa. Esta, se aproxima dos estudos pioneiros de Comte ligados à criação da Sociologia e aquela apoiada na inserção da Religião da Humanidade.

Assim, denoto Isidore Augustè Marie Xavier Comte como um brilhantíssimo filosófo e criador da Sociologia, sendo pai do Positivismo e um indubtável cidadão formador de intelectos. Encerro com uma citação de Augustè Comte: '' A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas ''