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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Genialidade

Augusto Comte, pensador do século XIX, idealizador da doutrina positivista e possível criador da sociologia, é, em minha singela opinião, um gênio do discernimento e ceticismo da mentalidade questionável do clero e da entidade financeira: Igreja. Sendo assim seguido no Brasil pelo positivismo ortodoxo e o positivismo heterodoxo, brevemente retratados no fim. Isidore Augustè Comte, francês, o positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política; relacionada como desenvolvimento ideológico do Iluminismo, ele ratifica a existência humana ligada a valores completamente humanos, desligando-a da teologia e da metafísica.
O método geral consiste na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação, cuja definição positiva é afirmada por Comte em sete palavras: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. Este, implica afirmar que as concepções e as ações humanas são modificadas pelo afeto das pessoas, mais do que isso, o pensador realça a subjetividade como traço fundamental no ser humano. A ideia chave do pensamento positivista é baseada em três princípios, ou melhor, Lei dos Três Estados, corroborados nas concepções teológica, metafísica e positiva.
  • Teológica: o ser humano explica a realidade buscando apelando para entidades supranaturais (Deuses), buscando o absoluto, ou seja, questões como de onde viemos e para onde vamos, fundadas na religião;
  • Metafísica: é um meio-termo entre os extremos teologia e positividade. No lugar dos Deuses, há entidades abstratas para explicar a realidade (éter, o povo). Continua-se procurando às respostas existenciais da teologia;
  • Positiva: etapa final e definitiva, procuram-se as respostas com base nas leis naturais de coexistência e nas relações de contínuas sucessões. A imaginação subordina-se à observação e busca-se o relativo;

Segundo Comte, o espírito positivo é maior e mais importante que a mera cientificidade, na medida em que esta abranja apenas questões intelectuais e aquele compreenda, além dos sentimentos, também a inteligência e as ações práticas. O francês preocupou-se com a constituição de um sistema de valores adaptado à civilização industrial que então se iniciava, no século XIX, valorizando o ser humano, a paz e a concórdia universal. O ser humano é ''total'', isto é, uma realidade completa e o seu sistema deve se referir à totalidade humana: afetiva, intelectual, prática ou individual e coletiva.

Criador da religião da humanidade, Augustè contava com o surgimento de uma doutrina religiosa que apresentasse um conceito positivo e humano de um ser supremo. Portanto, a religião positiva não é ateísta, pois professa a crença em um ser supremo mas real, sendo uma religião completa, possuindo, além de um culto bem elaborado, dogmas, doutrinas e regime.

No Brasil, o positivismo está presente bem diante de nossos olhos: nos escritos da bandeira nacional. A atual disposição no símbolo do pavilhão brasileiro ''Ordem e Progresso'' é uma máxima advinda da divisa Comteana: L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but (O amor como princípio e a ordem como base; o progresso como meta), representando as aspirações a uma sociedade justa, fraterna e progressista. Em destaque no Brasil, surgiram duas vertentes positivistas: ortodoxa e heterodoxa. Esta, se aproxima dos estudos pioneiros de Comte ligados à criação da Sociologia e aquela apoiada na inserção da Religião da Humanidade.

Assim, denoto Isidore Augustè Marie Xavier Comte como um brilhantíssimo filosófo e criador da Sociologia, sendo pai do Positivismo e um indubtável cidadão formador de intelectos. Encerro com uma citação de Augustè Comte: '' A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas ''

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